terça-feira, 7 de julho de 2009

HERDEIROS DO PAI

“E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas” Lc 15: 25 a 31
Você conhece a história do filho pródigo? Com certeza, até aqueles que não são muito íntimos da Palavra de Deus já ouviram esta parábola em algum momento da vida, mas hoje quero chamar sua atenção para um outro lado desta mesma história. Vamos olhar por um instante para o outro filho, aquele que ficou. Observe no texto acima qual foi a reação deste moço quando soube que seu irmão havia retornado. Se o seu coração estivesse cheio de amor e compaixão, por certo receberia o irmão com a mesma alegria que o pai o recebeu, mas não foi esta a sua reação. A Bíblia diz que ele se indignou, se colocou numa posição de juiz de seu irmão e descordou da atitude do pai. Se não bastasse discordar ele ainda reivindicou seus direitos de filho e disse: “Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos”, era como se ele estivesse cobrando do pai o que houvera feito no decorrer da sua vida para ajudá-lo. Vejamos de uma perspectiva diferente: As tarefas que aquele filho desenvolveu no decorrer da sua vida foi um favor a seu pai ou sua obrigação e oferta voluntária de gratidão pelo amor, cuidado, suprimento, carinho que seu pai lhe dispensava diariamente? Aquele filho demonstrou naquele momento que sua dedicação ao pai não era despretensiosa, mas sim uma troca de favores, e penso que isso decepcionou demais aquele pai. Em todo momento que permaneceu junto de seu pai não significava que ele o amava, mas que tinha interesses pessoais e muita ambição na sua atitude de dedicação e trabalho. No fundo talvez ele também desejasse pedir sua parte da herança e desperdiça-la, mas não o fez porque era mais calculista que o irmão e permaneceu junto do pai de forma a garantir maior parte na herança de seu pai. Qual foi o maior erro que este filho cometeu? De todos o pior deles era ele não saber quem de fato era, não saber o que possuía e não dar importância para a presença do Pai e sim para suas posses. Veja a resposta do pai: “E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas”. Ele estava perto do pai, mas não tinha nenhuma intimidade com ele, de forma que já era dono de tudo, não precisava lutar por nada, nem inflamar-se contra seu irmão, a sua parte da herança já estava garantida, então deveria gastar seu tempo usufruindo da presença de seu pai. Esse foi o seu maior erro, viver lutando pelas posses, sem saber que o verdadeiro tesouro estava convivência com o pai. Quantos homens e mulheres conhecem a Jesus e sabem que possuem Nele uma herança, mas vivem esforçando e sofrendo por algo que já lhes pertence, mas se esquecem de viver o mais importante, desfrutar da Presença do Pai. Quantos cristãos vivem cobrando Deus pelos milagres que Ele opera na vida dos outros e exigindo seus direitos, tão preocupados com o que Deus pode dar, sem perceber que o mais importante é o que Ele é. Não seja tolo como aquele moço, dê valor ao que realmente tem valor - a Presença de Jesus, seja íntimo Dele e o resto, Ele se encarrega de acrescentar. Que Deus te abençoe!

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